Instrutores de cães falam sobre comportamento canino ao vivo na internet

Um grupo de instrutores da equipe “Pit Bull Belém” faz, nesta terça-feira, 19, às 20h30, uma transmissão ao vivo na página oficial do grupo, onde os instrutores vão falar sobre comportamento canino. Criada há três anos com o objetivo de realizar treinos de adestramento e desenvolver a socialização dos cães da raça Pit Bull, a equipe veio para desmistificar a ideia de que esta raça é violenta. A equipe também visa atender as demandas de criadores de cães da raça.“Funciona como um projeto social. Nos reunimos e passamos treinos para solucionar problemas comportamentais dos animais. Qualquer um que queira trabalhar seu cão pode participar de forma gratuita”, diz o instrutor, Smilly Ferreira.

A ideia surgiu diante da onda de casos relacionados a ataques com a raça. Para os criadores do projeto, a mídia ouve apenas casos isolados com o objetivo de divulgar notícias sensacionalistas. Essa mídia mostra a violência pela violência e não as suas verdadeiras causas. Segundo o instrutor Adriano Monteiro, o primeiro passo é identificar o problema do cão e trabalhar o dono, já que o comportamento do animal é reflexo das atitudes de seu proprietário. “As pessoas precisam entender que o cão deve ser liderado e não ao contrário”, diz Adriano.

Eduardo Miranda é dono do Bruce, um Pit Bull de 2 anos e 4 meses, e revela que pensou várias vezes em desistir do cão. “Em casa ele se sentia dominante e eu não tinha controle. Se eu não tivesse no grupo eu não estaria mais com ele”. Para Eduardo, muitas pessoas abandonam seus animais por falta de conhecimento. “Aqui nós aprendemos a disciplinar o cão sem agressão, se ele for agredido vai querer reproduzir os atos”, ressalta Edu.

O grupo tem cerca de 130 integrantes espalhados pelo estado do Pará e em outras regiões do País. “Aqui, nós passamos a gostar mais dos animais, pois estudamos, debatemos e aprendemos. Eu passei a me importar com outras questões, que antes passavam despercebidas”, afirma Saint Clair, professor de capoeira e artesão que adquiriu o cão para proteção pessoal, mas que hoje enxerga o seu Pit Bull como grande companheiro.

Em Belém, 40 pessoas participam das atividades presenciais. Os treinos ocorrem aos sábados em uma quadra no Guamá. Além disso, são realizados passeios em grupo pela cidade para desmistificar que o cão é violento. “Os treinos servem, entre outras coisas, para suprir as necessidades físicas do cão, assim ele não gasta sua energia de maneira incorreta. O Pit Bull se destaca pela determinação em realizar tarefas e a lealdade que tem pelo dono”, relata Bruno Freitas, um dos fundadores do grupo e dono do Chucky, um Pit Bull de 12 anos.

Por Joyce Cursino

Fotos: Judá Neto

 

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