Objetos com personalidade materializam poesia

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Quando Ismália Enlouqueceu: nova coleção de Naisha Cardoso

Um resgate às primeiras sensações da infância. Cores, nuances, texturas, cheiros, formas e sons. Aquela surpresa no olhar infantil, que se encanta com algo especial pela primeira vez, é o constante objeto de busca da artista em todas as suas coleções.

A marca Naisha Cardoso surgiu em 2004 como resposta ao cansaço do olhar “preto e branco” que a rotina da vida adulta impõe. Os brincos, colares, casquetes, anéis, entre outros acessórios, trazem referências da arquitetura, cinema, pintura, poesia, artes visuais, entre outras expressões artísticas. “As peças são feitas em escala de atelier, por mim. Uso materiais como metal nobre, murano, pedras, gemas, entre outros”, conta.

A designer e ourives, que participou da primeira edição do Boulevarte, já se prepara para mostrar nesta segunda edição o seu mais novo trabalho: “Quando Ismália Enlouqueceu”. Tendo o poema “Ismália” , de Alphonsus de Guimaraens, como tema central, a coleção traz peças que representam diretamente os versos da poesia. A trajetória da mulher que vive o conflito do poeta simbolista (dualidade entre corpo e espírito) é contado através das joias.

Assim nascem categorias de peças: “Quase-colar”, que faz referência à condição de Ismália, dividida entre duas coisas opostas (Lua e mar). “Ele tem a ver com aceitação, são círculos quase abertos e ao mesmo tempo quase fechados, um objeto-quase”. Ainda, os colares “Mergulho no Céu” e “Vôo no Mar”, uma maneira que Naisha Cardoso encontrou de dar à sua Ismália os opostos que ela tanto procurava, já sabendo que não ia encontrar. Para que toda esta poesia se transforme em acessórios, Naisha conta com dez pessoas que estão envolvidas em seu trabalho.

“A minha marca não gera empregos diretos por enquanto, mas tem parceiros assíduos que vão desde os fornecedores de matéria-prima até outros ourives, já que a joalheria é uma profissão bem segmentada. Eu sou ourives forjadora e designer, sou eu que faço o projeto da joia, a liga do metal, fundição, forja e tratamento de superfície. Executo a peça, do início ao fim. Mas existe o ourives cravador na cadeia produtiva, por exemplo, dentre outras classes, o que varia de acordo com cada projeto”. Para quem ainda não conhece a Naisha Cardoso e seus Objetos com Personalidade – adornos que mais parecem obras de arte- visite o stand da designer e ourives, na segunda edição do Boulevarte.

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